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Crónica

(não) é isso que eu quero dizer

As palavras falam por si e é por isso mesmo que quando oiço o que alguém não queria ter dito, sei que é sem filtro. Sei que é desprovido de adornos e até passo a gostar de ouvir. 

Quem nunca? Quem nunca disse ou mesmo nunca ouviu isto mesmo de: não é isso que eu quero dizer?

Pois a novidade de hoje, assim em jeito de noticiário, é que de facto é exatamente isso que se quis dizer, saiu em momento impróprio e sem filtro, ou se calhar saiu em momento próprio e desta mesma forma: sem filtros.

Que mal tem em deixar sair umas palavrinhas assim diretas ao ouvido do outro que possam ser recebidas de forma menos confortável? Diremos que não será politicamente correto, ou quem sabe pouco elegante, certo é que ouvir o que não se quis ouvir também já aconteceu. 

Outra verdade ainda é que ouvir o que se quer ouvir, pode ser contraproducente, posso querer ouvir muita coisa e essa muita coisa pode ser-me dita. Se for verdade perfeito, ou menos mal, se for mentira temos aqui a semente de um problema maior. Ainda assim, essa doce versão pode ser o acarinhar de um desequilíbrio e com isto quero dizer isso mesmo: desequilíbrio. Enquanto uma não tão cuidada versão será dura de ouvir, mas o gatilho da mudança. 

As palavras falam por si e é por isso mesmo que quando oiço o que alguém não queria ter dito, sei que é sem filtro. Sei que é desprovido de adornos e até passo a gostar de ouvir. 

Contudo, nem sempre uso a mesma moeda. Passei longos anos da minha vida a adornar as frases de qualidades infindáveis sobre o outro perpetuando “aquilo”. Vou chamar-lhe de “aquilo”, torna-se mais fácil para mim, sendo que “aquilo” é um também infindável número de ações. 

Portanto, e desde que não seja ofensa, era exatamente isso que eu queria dizer. 

Por Rita Burmester

é o nome artístico de Rita. Sendo que o nome registado é Rita, muitos nomes entretanto, Moreira. Licenciada em teatro, escolheu o nome Rita Burmester para figurar como escritora, dramaturga, atriz e encenadora. Desde então tem vindo a colaborar com diversas companhias, mas foi na ATE que mais desenvolveu o seu trabalho como atriz, uma vez que para além de a ter fundado em parceria, também produziu, fez gestão cultural e dava sempre uma ajuda em todas as funções necessárias. Foi então que nasceu Rita Moreira a produtora, antes já havia colaborado como produtora, mas assinava sempre como Rita Burmester. Para que deixasse de haver dúvidas na altura de atender um telefonema Rita passou a ser Rita Moreira a Produtora e desde lá tem estado em projetos de Cinema, Teatro e Artes Plásticas. Tem um currículo vasto em Serviço Educativo porque acha que a arte tem de estar presente desde a nossa tenra idade. Do Mestrado em Ciências da Comunicação ficaram sobretudo as saudades do estágio na Rádio Nova. Atualmente assina como Rita Burmester Moreira, a maior parte das vezes, mas aqui não. Para esclarecer melhor esta situação é sempre bom marcar um café, porque é o único momento de pausa. Sendo os momentos de pausa tão escassos ainda está em Aveiro a desenvolver um projeto de doutoramento em Estudo Culturais.

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