Desculpem o atraso,
queria ter chegado a tempo mas entretanto fui dar uma volta e cruzei-me com a vida
fomos nesta viagem incrível sobre existirmos e deixarmos de existir,
fez-me experienciar muitas coisas
e quando dei por mim já tinha passado muito tempo e tempo nenhum.
Isto não é uma forma de me justificar
Isto não é arranjar desculpas para a minha falta de qualquer coisa que não sei bem o quê
Isto não é uma carta
Ou um texto para o blog.
Isto sou eu depois de noites mal dormidas,
pessoas a partir,
beijos inesperados,
reencontros inevitáveis,
sobre ter calma, sobre não hesitar
sobre parar para pensar, sobre não pensar
sobre respirar fundo
e sobre nada
(ou isso queria eu).
Desculpem o atraso,
perdi-me com a vida e sei que ela esteve sempre aqui e eu é que fui para longe
e entretanto dei-me conta de que passou um ano desde a última vez quando eu diria que passou uma vida
Passou-me uma vida.
Passou-me um céu estrelado com brilhos a cair-me em cima
E uma lufada de ar fresco no peito.
Bebo um copo de tinto e brindo a nós
Porque somos sempre nós no momento do brinde
(no som do copo a bater, nos olhares que se cruzam com o brilho de quem brinda com a vida)
Desculpem o atraso mas,
estive de ressaca.