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Poema

Não quero morrer devagar

Na verdade, ninguém quer, mas…

Morre-se devagarinho quando a esperança se esvai do olhar.  

Morremos um pouco quando acreditamos que o amanhã não supera o passado.

Morre quem se esquece do que é capaz, do quão alto as suas gargalhadas podem soar, 

Do quanto um sonho pode guiar uma noite, um dia, o resto da vida. 

Morremos quando nadamos para fora de pé sem um plano B, C, D ou quaquer outra letra que ainda nos falte citar.

Morremos quando prescindimos de dar o primeiro passo, e realizamos que somos semente sem fruto.

E assim se morre, gota a gota, pouco a pouco, pedaço a pedaço…

Mas no fim de contas, o fim da vida é a morte.

E morre quem na verdade quer deixar de viver.

Por Dário Muhamudo

Nasceu em Moçambique e passados 7 meses foi convidado a sair. Chega a Portugal depois de 10 horas de avião, uma experiência que o marcou e desde então vive com os olhos virados para o céu. No Seixal arriscou um pouco de teatro como ator e dramaturgo. 18 anos depois chega à Guarda, onde inicia a sua formação académica. Descobre a essência e a paixão pelas coisas originais e recomeça a escrever como jornalista. Sai de Portugal para continuar os estudos em Inglaterra e combina os seus interesses maiores: comunicação e economia. A vida trocou-lhe as voltas e continuou fora de Portugal. Gosta de viajar (especialmente para Itália), de vulcões, da imensidão do oceano e da Eurovisão. Cumpriu um dos seus maiores sonhos quando tirou o brevet de piloto. É Economista dos Media, tenta ser diplomata e acredita no poder de uma Serenata. Atualmente pode ser encontrado em Genebra, a cidade a que chama de casa.

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