Categorias
Todas

Palavras à solta

Senti-me num western do Tarantino, prestes a ganhar o prémio de motion picture com mais sangue.

A construção do texto seguinte é baseada na utilização de palavras previamente escolhidas de forma aleatória.

Eram 5h00 da tarde quando o escocês da perna de titânio entrou porta adentro. Podia jurar que uma manada de elefantes, a viajar em benzodiazepinas, tinha acabado de chegar. Pousou três garrafas em cima da mesa. Whisky, vodka e limoncello, perfeitamente alinhadas. Pegou numa bola de ténis, que trouxera com ele, e decidiu que era tão boa altura como qualquer outra para jogar bowling. Caíram as três. Duas partiram e, como se não estivesse bonita a confusão, ele foi apanhar a terceira garrafa e cortou o indicador numa daquelas veias que quase nos dá banho. Senti-me num western do Tarantino, prestes a ganhar o prémio de motion picture com mais sangue. Os moços que estavam no jogo continuaram como se tivessem recebido um email da EDP e sobrou para mim levá-lo à Urgência. Sobra sempre. Se o futuro do mundo dependesse de uma descoberta qualquer, relacionada com as células estaminais, também seria eu a ter de as ir colher. É.

Por Li Viana

Li Viana (Liliana Andreia Ribeiro Viana), gémea prematura, nascida a 3 de Maio de 1983. Nasceu numa casa a dois passos do mar, numa família emigrante literalmente espalhada pelo mundo. Com ela aprendeu a gostar de comida e de a cozinhar. A família do pai tem raízes na Sé do Porto, cidade onde estudou História da Arte e Ciências da Comunicação, na Faculdade de Letras. Gosta de dançar em bicos de pés na cozinha ao fazer o pequeno almoço, de ir à praia ao fim da tarde, quando não está lá ninguém, e ficar para ver o pôr do sol. Diz poesia onde a deixam, a poesia já lhe salvou a vida muitas vezes, como a arte tem por hábito. Não passa sem café, nem chocolate, nem cinema. Viaja para descobrir os locais que só conheceu nos livros. Gosta de fazer aquilo que lhe dizem que não pode e de cantar sozinha na rua. Não vive sem abraços. Usa uma estrela de David ao pescoço. Desde que se lembra sonha mudar o mundo, e é isso que tenta fazer todos os dias. É portadora de Paralisia Cerebral.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *